família Alforria
Travessia Oceano Atlântico Norte


Cada um de nós tem o seu próprio oceano para cruzar...
Nós cruzamos o Oceano Atlântico, no sentido literal.
E no sentido figurado também.
E o que aprendemos com isto?
Embora com toda a previsibilidade favorável das condições de mar e vento para a época do ano, não há como prever com precisão nosso tempo de chegada, não há como desistir no meio do caminho...
Não controlamos a natureza, aliás controlamos quase nada nesta vida, apenas o que há dentro de nós.
O convívio da tripulação num espaço limitado, não dá espaço para brigas, discussões, birras, orgulho ou vaidades. Estamos todos no mesmo barco.
Seguir o caminho é a meta, e com fé de que vai dar tudo certo, aproveitando cada momento, afastando a ansiedade, o tédio e o medo.
Apreciar o céu e o mar que a cada dia nos apresenta formações diferentes.
Assistir diariamente o nascer e o pôr do sol, as fases da lua, o brilho das estrelas no céu e do plâncton no mar.
Se alegrar com a chegada dos adoráveis golfinhos que adoram brincar na proa do barco.
O mar de sargaço, os peixes voadores, as viuvinhas e gaivotas do mar.
As dóceis baleias escoltando o Alforria no oceano de cor roxa, cristalino e com 5 mil metros de profundidade.
A pescaria e o peixe no anzol.
Cozinhar e compartilhar uma saborosa refeição.
Jogar Uno e rir muito.
Ler.
Estudar.
Conversar, contar histórias e relembrar momentos.
Assistir série do Netflix Offline, distrações da vida moderna até mesmo no meio do oceano.
Tomar banho de mar, de balde é claro!
Ninguém quer correr o risco de virar isca de tubarão... mas sempre há quem acredite que isto é só coisa de filme...
Assim foram nossos últimos 21 dias.
Travessia do Oceano Atlântico Norte, das Ilhas Canárias na costa africana até a Martinica no Caribe, cerca de 2.600 milhas náuticas.