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Projeto Alforria

 

A definição de Projeto é um desejo, intenção de fazer ou realizar algo, e Alforria é qualquer libertação.

O Projeto Alforria é a libertação dos padrões de vida que já conhecemos.

Somos uma família e moramos a bordo.

Venha conosco nesta aventura!

Foto do escritorfamília Alforria

Momentos Maraústicos

Atualizado: 29 de out. de 2018


Na manhã do dia 13/Janeiro, soltamos a poita que nos amarrava ao Aratu Iate Clube.


Fizemos uma parada estratégica em Loreto para a limpeza do casco, dia de trabalho e muita chuva, que lavou o convés. Por volta das 22h, seguimos nossa viagem. Gustavo conduziu a navegação até 1h da madrugada, quando o Alforria estava fora da Baía de Todos os Santos e apontado para o rumo da Baía de Camamu.


Assumi a navegação até às 6h da manhã. Eu não havia dormido, minha expectativa era grande! 


A noite estava linda, o céu estrelado. No mar, pouco vento e as luzes dos barcos de pesca que nos obrigam a estar sempre atentos. Navegávamos no motor e de genoa (vela situada na proa da embarcação). Eu estava pensando que chegaríamos com um lindo dia de sol e logo aprendi que no nordeste é diferente. Um vento de 15 nós soprou e uma nuvem negra cobriu as estrelas. Logo o vento parou. A chuva caiu e amanheceu. O arco-íris apareceu. Espetáculo da natureza. Foi uma travessia curta e muito tranquila.


Chegamos no Campinho, dentro da Baía de Camamu, por volta das 9h da manhã. Jogamos âncora perto de outros veleiros e em frente ao bar do Régis. Nosso primeiro passeio foi com o bote até a Ponta da Ingazeira, onde paramos para almoçar. Era domingo.


No dia seguinte, fomos de bote até a Ponta do Mutá, queríamos descobrir as praias para o surf dos meninos. Passamos o dia na Praia dos 3 Coqueiros.


A Ponta do Mutá se tornou o local preferido para o surf. Repetimos esta ida de bote vários outros dias, eram 40 minutos de ida na maré vazante e a volta com a maré enchendo.  Antônio e Felipe ficaram conhecidos como os "meninos do bote".


Fizemos um passeio a pé pelas ruas do Campinho para procurar a Pousada Lótus, conhecida como point dos velejadores e que já não existe mais.


No terceiro dia, formos de bote até a Ilha do Sapinho para almoçar.  Demos a volta na pequena Ilha do Goió, ancoradouro preferido de alguns velejadores, é sossegado e há poitas para locação. Conversamos com o casal do Veleiro Gaudério e visitamos a fonte de água doce.


Na volta, paramos no Chez Petit Restaurante e Pousada do casal mais que hospitaleiros Patrícia & Ricardo e fomos recebidos de braços abertos! 

Eles assumiram recentemente o antigo Sítio Sabiá com muito bom gosto, charme e simpatia. A decoração conta com frases e imagens do livro O Pequeno Príncipe, buscando recontar a passagem do aviador Antoine de Saint-Exupéry no Campinho, um lugarejo da Península de Maraú, que recebeu este nome por causa dos pequenos campos de pouso existentes aqui na época da 2a. Guerra.


No dia seguinte, mudamos nosso ancoradouro e ficamos em frente ao píer do Chez Petit e desfrutamos de todo o apoio que nos ofereceram. Muito mais do que apoio, ganhamos novos amigos!


No outro dia, pegamos a lancha rápida, uma espécie de ônibus da região... fomos ao mercado e passear na Vila de Barra Grande, voltamos com um buggy alugado.  Não conhecíamos o caminho por terra e já era noite, foi uma aventura! Estrada de terra batida cheia de buracos e sem iluminação. Felipe enjoou.


Pela manhã, fomos à Taipus de Fora, logo que chegamos e ao descer do buggy, o Antônio queimou a perna no cano de descarga, voltamos imediatamente ao Alforria para fazermos curativo, foi queimadura de segundo grau. Tratamos como um machucado comum e foram quatro dias sem entrar no mar. Nada grave.


Voltamos no outro dia e não gostamos de Taipus de Fora! Estava muito cheio! Paramos no Point Bar e tudo que pedíamos, não tinha ou demoraria muito. Desistimos. Felipe curtiu um pouco do surf.


No dia 21/Janeiro, resolvemos nos afastar do lugar comum e aproveitamos o buggy para irmos à Praia do Cassange. Um espetáculo! Do jeito que gostamos, sossego e paraíso. Passamos o dia no Península Beach Club


Na volta, o pôr do sol no Farol de Taipu, maravilha de Maraú! Em dias claros, é possível ver toda a extensão da praia, da Ponta do Mutá até Itacaré.


Decidimos devolver o buggy, a diária era cara e não dava para ficarmos mais... preços de verão! Valeu os dias, a diversão foi muito boa!


Voltamos aos passeios com o bote... e fomos até a Ilha da Pedra Furada, onde se cobrava R$ 5 por pessoa para visitar a ilha. Não entramos, apenas demos a volta por mar e tiramos fotos. Depois seguimos para a Ponta do Mutá.


Alguns de nossos dias, não havia passeios, apenas curtíamos o nosso novo porto! Ficamos verdadeiramente encantados com o verão na Península de Maraú. No Chez Petit, conhecemos pessoas interessantes e trocamos contatos, foram alguns almoços, pizzas, crepe do autêntico francês e muita prosa.


No dia 26/Janeiro, alugamos uma catraia (embarcação pequena usada para pesca) e fomos até o povoado de Cajaíba, o lugar onde nascem as escunas de turismo no Brasil. Essas grandes embarcações de madeira continuam sendo construídas usando os mesmos métodos tradicionais de gerações anteriores. Lá conhecemos o Mestre Elias e o Junior, no Estaleiro Cajaíba de Camamu.


Para fechar nossos momentos maraústicos, tivemos a super lua azul de 31/Janeiro, despedida do surf e luau na Pousada Kaluana com fogueira e música ao vivo de boa qualidade.  Assistimos o nascer da lua, agradecemos e renovamos o desejo de seguir com o nosso Projeto Alforria.


Chegou o momento da partida no dia 1o. de fevereiro, a despedida não foi fácil, não tínhamos vontade de ir embora... a energia boa da Baía de Camamu e da Península de Maraú nos contagiou e voltaremos!


Chegamos na Baía de Todos os Santos na manhã de 02/Fevereiro, abençoados pelo dia de Yemanjá!

Odoyá!


Texto & fotos por Paula Monte Alto


Próximo post: Carnaval na Bahia


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